A NPL IBERIA 2023 Summit reuniu, no final de novembro, os mais relevantes players no segmento NPL, a operar em Espanha e em Portugal, para discutir questões respeitantes às temáticas da dívida.
Um dos painéis deste encontro teve Portugal como foco e contou com a presença de Nelson Rêgo, CEO & Founder, da OGER. Ao seu lado, estiveram Volkert Reig Schmidt, CEO da GNB Real Estate, Rafael Paim, Head of Underwriting Iberia da Servdebt, bem como Pedro Valle Domingues CGO da doValue, Miguel Anjos, Managing Director da Atta Real Estate.e David Sequeira Dinis, Partner da Uría Menéndez – Proença de Carvalho.
Nelson Rêgo sublinhou a estagnação do mercado português em comparação com o país vizinho. “Em contraste com Espanha, onde observamos mais atividade e um aumento no número e no volume de negócios numa fase inicial, em Portugal estamos parados desde 2022 (1,7 mil milhões foram negociados), em comparação com 2021 (3,5 mil milhões foram transacionados)”, afirmou o responsável da OGER. Quanto a 2023, estima que a cifra se situará em 1,4 mil milhões, o que representa uma queda anual de 20%.
Referindo alguns outros números, que retratam o mercado de NPL, Nelson Rêgo avançou que se registou uma redução de 70% do stock, entre 2019 e 2023 — o que afetou o número de portfólios colocados à venda no mercado. “Aqueles que foram para o mercado eram mais pequenos (com um ticket de 85 milhões de euros, como o projeto Grace) e com uma percentagem maior de empréstimos não garantidos, o que afetou/dificultou a atratividade do mercado português”, concluiu. Quanto ao futuro, os elementos disponíveis apontam para um incremento dos defaults. No entanto, o líder da OGER não antevê uma onda de NPL semelhante à que tivemos em 2011, salientando que “o maior custo da dívida também afetará o desempenho dos NPL existentes”.